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APLV: O que é, sintomas e tratamento

A Dra. Angela Baggio, pediatra em Campo Novo do Parecis/MT, atende diversas crianças com diferentes condições de saúde. Uma das mais comuns e preocupantes é a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). 

Neste artigo, vamos explorar o que é APLV, seus sintomas e como tratá-la, ajudando pais e responsáveis a compreender melhor essa condição. Boa leitura!

O que é APLV?

A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma reação adversa do sistema imunológico às proteínas presentes no leite de vaca, em especial às do coalho (caseína) e às do soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina).

A APLV é uma das alergias alimentares mais comuns em bebês e crianças pequenas — estimativas apontam que 7 em cada 100 bebês são diagnosticados com APLV. Geralmente, é uma condição que se manifesta ainda antes do 1º ano de idade.

Ao contrário da intolerância à lactose, que é uma dificuldade do organismo em digerir a lactose (rara antes dos 5 anos de idade), a APLV envolve uma resposta imunológica que pode causar sintomas mais graves.

Quais são os sintomas da APLV?

Os sintomas da Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) podem variar de leves a graves e podem surgir de forma imediata ou tardia após a ingestão de leite ou derivados.

Abaixo, estão listadas as reações imediatas e tardias mais comuns:

Reações imediatas 

Essas reações ocorrem logo após a ingestão de leite ou derivados e são mediadas por imunoglobulinas E (IgE), um tipo de anticorpo. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Anafilaxia: uma reação alérgica grave que requer atenção médica imediata.
  • Urticária: erupções na pele que coçam intensamente.
  • Sintomas respiratórios: tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar.
  • Vômitos agudos: episódios de vômito logo após a ingestão do alimento alérgeno.

Reações tardias

Essas reações aparecem horas ou até semanas após a ingestão do leite ou derivados. São elas:

  • Manifestações gastrointestinais:
    • Sangue nas fezes: presença de sangue nas evacuações.
    • Diarreia: fezes líquidas e frequentes.
    • Baixo ganho de peso: dificuldade para ganhar peso adequadamente.
    • Alterações da motilidade gastrointestinal: que podem se manifestar como:
      • Cólica: dor abdominal intensa.
      • Sintomas de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE): regurgitação frequente e desconforto após as refeições.
      • Constipação intestinal refratária: dificuldade persistente para evacuar.

Sintomas Sistêmicos

Além das reações imediatas e tardias, outros sintomas sistêmicos podem surgir, como:

  • Irritabilidade: bebê agitado e difícil de consolar.
  • Choro inconsolável: choro persistente sem causa aparente.
  • Perda de peso ou dificuldade para ganhar peso: crescimento inadequado.

Identificar os sintomas da APLV e entender as diferenças entre reações imediatas e tardias é essencial para um diagnóstico e tratamento adequados.

Como diagnosticar a APLV em bebês?

Diagnosticar a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) em bebês e crianças maiores pode ser um processo complexo que exige atenção e cuidado. A Dra. Angela Baggio, pediatra em Campo Novo do Parecis/MT, utiliza uma abordagem abrangente para garantir um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Abaixo, vamos detalhar os passos envolvidos no diagnóstico da APLV em bebês.

Histórico clínico detalhado

O primeiro passo no diagnóstico da APLV é uma consulta detalhada, onde o pediatra coleta um histórico clínico completo do bebê. Durante essa consulta, a Dra. Angela Baggio fará perguntas sobre:

  • Sintomas apresentados: tipo, frequência e intensidade dos sintomas após a ingestão de leite ou derivados.
  • Histórico familiar: presença de alergias alimentares, asma, eczema ou outras condições atópicas na família.
  • Alimentação: tipo de alimentação do bebê (amamentação, fórmula, introdução de alimentos sólidos) e qualquer mudança recente na dieta.

Teste de exclusão alimentar

Após a avaliação inicial, o próximo passo geralmente é o teste de exclusão alimentar. Esse teste envolve a remoção completa do leite de vaca e seus derivados da dieta do bebê por um período específico, geralmente entre duas a quatro semanas. Durante esse tempo, a mãe que amamenta também deve evitar consumir produtos lácteos, pois as proteínas do leite podem ser transferidas para o bebê através do leite materno.

Observação dos sintomas

Durante o teste de exclusão, o pediatra monitorará cuidadosamente a resposta do bebê. Se houver uma melhora significativa dos sintomas, isso pode indicar uma possível APLV. No entanto, uma melhora isolada não é suficiente para um diagnóstico definitivo.

Teste de provocação oral (TPO)

Para confirmar o diagnóstico, é realizado o teste de provocação oral. Esse teste deve ser feito sob supervisão médica rigorosa, devido ao risco de reações graves. O teste consiste em reintroduzir gradualmente o leite de vaca na dieta do bebê e observar a resposta do organismo. Se os sintomas retornarem, o diagnóstico de APLV é confirmado.

Exames laboratoriais

Em alguns casos, exames laboratoriais podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico. Os testes mais comuns são:

  • Teste de Alergia Cutânea (Prick Test): pequenas quantidades de alérgenos do leite são aplicadas na pele do bebê para observar possíveis reações.
  • Teste de IgE Específico (RAST): exame de sangue que mede os níveis de anticorpos IgE específicos para as proteínas do leite de vaca.

Monitoramento e acompanhamento

Após o diagnóstico, é crucial o acompanhamento regular com o pediatra para monitorar o desenvolvimento do bebê e ajustar o plano de tratamento conforme necessário. 

Tratamento da Alergia à Proteína do Leite de Vaca

O principal tratamento para a APLV é a exclusão completa do leite de vaca e seus derivados da dieta da criança. Além disso, há outros cuidados a serem tomados:

Amamentação

Para bebês amamentados, a mãe pode precisar seguir uma dieta livre de leite de vaca e derivados, já que as proteínas do leite podem ser transferidas pelo leite materno. A Dra. Angela Baggio pode orientar sobre como ajustar a dieta materna de forma segura.

Fórmulas especiais

Para bebês que não são amamentados, existem fórmulas hipoalergênicas disponíveis, que são feitas com proteínas extensivamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos. Essas fórmulas são projetadas para serem bem toleradas por crianças com APLV.

Alimentos alternativos

À medida que a criança cresce, é importante garantir uma dieta equilibrada e nutritiva, substituindo o leite de vaca por outras fontes de cálcio e vitamina D, como bebidas vegetais fortificadas (por exemplo, leite de amêndoa, arroz ou coco), e outros alimentos ricos em cálcio como brócolis, espinafre e sardinhas.

Supervisão médica regular

Acompanhamento regular com um pediatra é essencial para monitorar o crescimento e desenvolvimento da criança, bem como ajustar a dieta conforme necessário.

Prevenção de reações alérgicas

Além de evitar o leite de vaca e seus derivados, é importante estar atento aos rótulos dos alimentos e verificar a presença de ingredientes que possam conter proteínas do leite. Muitos alimentos processados podem conter traços de leite ou serem produzidos em fábricas onde há contaminação cruzada.

Perguntas frequentes sobre APLV

1. A APLV tem cura?

Muitas crianças superam a APLV com o tempo, geralmente até os três anos de idade. A duração da alergia varia de criança para criança. Enquanto isso, o tratamento geralmente envolve evitar o leite de vaca e seus derivados, monitorar os sintomas e, em alguns casos, utilizar fórmulas hipoalergênicas sob orientação médica. O acompanhamento regular com o pediatra é crucial.

2. Posso substituir o leite de vaca por leite de cabra ou ovelha?

Substituir o leite de vaca por leite de cabra ou ovelha não é recomendado para crianças com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Isso ocorre porque as proteínas presentes no leite de cabra e ovelha são muito semelhantes às do leite de vaca, o que significa que as crianças com APLV têm uma alta probabilidade de reagir também a esses tipos de leite. As proteínas que desencadeiam reações alérgicas são estruturalmente similares, fazendo com que o sistema imunológico da criança possa reconhecer as proteínas do leite de cabra e ovelha como alérgenos, resultando em uma reação alérgica.

3. Como garantir que meu filho está recebendo nutrientes suficientes sem leite?

Para garantir que seu filho receba nutrientes suficientes sem leite de vaca, opte por substitutos como bebidas vegetais fortificadas, inclua alimentos ricos em cálcio como vegetais verdes e leguminosas, assegure a vitamina D através de sol, alimentos fortificados ou suplementos, e diversifique a dieta com proteínas de fontes como carnes magras, ovos e leguminosas.

4. Quem tem APLV não pode comer o quê?

Além do leite de vaca e seus derivados diretos (queijos, iogurtes, manteiga), é importante evitar produtos que possam conter leite em pó, soro de leite, caseína e outros derivados.

5. A APLV é hereditária?

Quando há casos de alergia na família, os bebês nascidos nesse ambiente têm maior probabilidade de desenvolver uma alergia ao longo da vida. Se um dos pais possui uma alergia, a chance do filho desenvolver uma alergia é duas vezes maior do que se nenhum dos pais tivesse alergia. No entanto, apesar da alergia em familiares ajudar a identificar bebês alérgicos, a maioria dos bebês que desenvolvem APLV não apresenta histórico familiar de alergias.

Tratamento da APLV em Campo Novo do Parecis/MT

A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma condição que requer atenção e cuidados especiais. Para saber mais sobre o assunto, este relatório de recomendação, lançado pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) e Ministério da Saúde, apresenta um estudo completo sobre a APLV.

O acompanhamento de um pediatra experiente, como a Dra. Angela Baggio, pediatra em Campo Novo do Parecis/MT, é fundamental para o diagnóstico, tratamento e monitoramento adequados. Se você suspeita que seu filho possa ter APLV, marque uma consulta para uma avaliação completa e orientações!

Veja também: Vacina da dengue: crianças podem tomar?

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Dra. Angela Baggio Maria

Sou a Dra. Angela Baggio Maria e dedico minha vida à pediatria, com uma abordagem que valoriza o acompanhamento integral da saúde infantil. Minha carreira é construída sobre uma base acadêmica sólida e uma paixão inabalável pelo bem-estar das crianças.